Daniele Vilela Cardoso Leite*
Muitas mulheres, mais de 30% das brasileiras, segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia, sofrem da Síndrome Pré-Menstrual, conhecida por TPM. É algo tão presente na vida das pessoas, das mulheres e os que convivem com elas, que é até tema de música “Mulher de Fases” do grupo “Raimundos” ( …meu namoro é na folhinha, mulher de fases!)
“Define-se a TPM como um conjunto de mudanças físicas e psíquicas que ocorrem de 1 a 15 dias antes da menstruação e interferem no dia a dia da mulher a tal ponto que prejudica o desempenho no trabalho e as relações sociais ou pessoais.” São vários os fatores que causam a TPM. Um deles é o fato dos hormônios femininos, estrógeno e progesterona se alterarem durante o ciclo. Observa-se também que há mudança na produção da serotonina, substância responsável pela comunicação entre as células nervosas. Pessoas com depressão têm também problemas na produção dessa substância. A genética é um outro fator. Filhas de mães com o problema tem maior probabilidade de desenvolvê-lo.
A TPM provoca instabilidade emocional intensa e desequilibra as relações interpessoais da mulher. Assim como o medo muitas vezes age como uma lente que aumenta o perigo, a TPM exacerba os sentimentos negativos. Se algo que deixa a mulher insatisfeita, no período da TPM isso torna-se mais aparente, aflora de maneira intensa. Outros sintomas são irritabilidade, dores de cabeça, agressividade, depressão, choro fácil, tensão emocional, mudança fácil de humor sem motivo aparente, insônia, compulsão por doce, aumento de apetite, diminuição de libido, dores de cabeça, nas mamas, nas costas e dor ou inchaço nas pernas e nos pés, cansaço, aumento de peso, acne.
Os especialistas recomendam algumas atitudes que podem auxiliar as mulheres no combate à TPM. Praticar exercícios físicos ajuda a amenizar a tensão e a depressão (ajuda na produção da serotonina, estimula a circulação sanguínia, ajuda na canalização da energia de forma saudável). Melhorar a auto-estima caprichando no visual pode ajudar a mulher a se sentir melhor. Dar preferência a alimentos diuréticos também é uma dica, pois há retenção de líquido nessa época.
É importante o conhecimento do problema por parte das mulheres e dos que convivem junto a elas. Muitas sofrem do mal e não o identificam. Buscar o auto-conhecimento físico e emocional é o caminho para reforçar os pontos favoráveis e lutar contra o que for indesejado. Caso sejam executadas algumas das intervenções citadas acima e os sintomas permaneçam ao ponto de interferir na dinâmica da vida, é importante procurar o médico. Quantas mulheres são vítimas do câncer de mama por não tocarem o próprio corpo, não se observarem. Assim também acontece no universo emocional. Na época moderna em que o tempo é escasso, ter um momento para si mesma é importante. A falta de tempo e a correria do dia a dia afastam as mulheres de si mesmas e com isso os sintomas surgem e não são notados. O auto conhecimento é necessário para quem deseja realmente estar de bem com a vida…
*Daniele Vilela Cardoso Leite é Psicóloga, professora de Yôga e colunista do jornal Acontece (Caeté-MG) de 1999 a 2017, quando foi encerrada a circulação da edição impressa.