Daniele Vilela Cardoso Leite*
Em meio às crenças populares estão o mau olhado, a macumba, os despachos. Eles se caracterizam pela passagem de energia de um ser a outro através da transmissão da força do pensamento e de rituais que envolvam esta força. Observa-se pessoas de todo o mundo, das mais variadas culturas, trabalhando em termos energéticos.
Estamos comemorando o Natal, nascimento do Mestre dos Mestres, Jesus Cristo, o que evoca uma força profundamente expressiva. No Oriente observa-se a relevância do que é direcionado para o desenvolvimento das questões energéticas. Há a meditação, acupuntura, yôga, reiki, cinesiologia, entre outros. Enfim, trabalhos focados nos chakras ( centros captadores, armazenadores e distribuidores de energia existentes no ser humano) . É tudo baseado em um mundo invisível. Os descrentes, desinformados, céticos, vivem neste universo sem saber disso, mas captam e ficam abertos a estas influências, como qualquer outra pessoa. Os mais variados tipos de religião trabalham a energia todo o tempo.
Ao orar, o indivíduo entra em contato com a energia positiva que desperta esperança, força, vida. Acontece um resgate nesses sentimentos e assim cria-se um campo energético que gera força, gera o que é o bom. As cores têm energia, os alimentos, enfim, é um mundo visível a outro tipo de olhos, diferentes do par que está na face humana. São olhos invisíveis, não palpáveis. Uns possuem esses olhos bem abertos. Outros, totalmente fechados. Outros têm o que nos olhos concretos chamaríamos de miopia, ou astigmatismo, ou vista cansada. E há aqueles que têm boa visão.
Acontece de pessoas que não sabem ler, escrever, e não tiveram chance de crescer intelectualmente terem esses olhos muito mais desenvolvidos que outras estudadas e cultas. É uma questão de abertura e inteligência espiritual. Como diz Júlio Maran, “se você quer que o sol entre em sua casa, tem que abrir a janela”. Convivemos com as energias uns dos outros, podemos nos sintonizar ou não. Quando o indivíduo toma consciência dessas forças se torna mais livre na medida em que pode absorver o que há de bom e barrar o que não lhe convier. Há os que espontaneamente tendem a esse movimento. Há os que demandam trabalhar muito para isso e os que infelizmente captam os fluidos negativos e geralmente não têm consciência.
Por isso ser tão difundida entre as mais diversas categorias filosóficas a importância da positividade, do otimismo. Ocorre a todo instante no mundo mortes e nascimentos, divórcios e casamentos, tristezas e alegrias. Focar apenas nos acontecimentos negativos proporciona força a eles. As pessoas de sucesso são aquelas que conseguem explorar o lado positivo dos seus desejos, permiti-los e caminhar rumo a eles. Daí a importância de ser fiel aos desejos.
Energia é tudo. Somos nós. Ao levar a mão ao interruptor e acender a luz estamos apenas ?materializando? o abstrato, canalizando e transformando em claridade. Judith Vriost faz uma citação em seu livro “Perdas Necessárias” que diz: “Sou parte de tudo que conheci” e completa: “Mas essas partes foram transformadas. Cada um de nós é o artista do próprio eu , criando uma colagem. Uma obra de arte nova e original, com fragmentos e recortes de identificações”. Ao perceber que essas identificações se efetuam em termos profundamente energéticos dimensiona-se a força e o poder deste tão especial “mundo invisível”.
Que o Espírito Natalino, ou seja, a real essência do Natal que é a comemoração do nascimento de Cristo possa inundar os corações, evocando todo Amor e Sabedoria Universais..
*Daniele Vilela Cardoso Leite é Psicóloga, professora de Yôga e colunista do jornal Acontece (Caeté-MG) de 1999 a 2017, quando foi encerrada a circulação da edição impressa.