Daniele Vilela Cardoso Leite*
A medicina tradicional é necessária, indispensável, merece todo nosso respeito e admiração, embora a forma como é exercida, bem sabemos, seja tão imperfeita, injusta, incompleta, entre outros possíveis adjetivos. Mas não precisa nem deve ser a única visão de tratamento possível. Fechar as opções de melhoria a apenas um modelo é ter uma visão unilateral, sendo que já nos foi comprovado que o unilaterialismo ignora as amplas possibilidades que a vida sempre oferece, seja relativo a escolha de um tratamento ou a tantas outras vivências.
Posso ver minha mão por variados ângulos. Não existe um que seja melhor que o outro. Eles apenas se complementam e formam o todo. Assim é também com os variados caminhos de tratamento que a vida moderna e globalizada nos oferece. Nos países de primeiro mundo, principalmente Suíça e Alemanha , a Medicina Antroposófica é muito difundida. É um tipo de Medicina que leva em consideração o corpo, a alma, o espírito. Pode ser exercida apenas por profissionais que sejam formados na faculdade de Medicina e complementaram seus estudos em tal área escolhida . Existem também outros profissionais especialistas no fundamento antroposófico como Psicólogos, Pedagogos, Farmacêuticos, Arquitetos, entre outros.
No Brasil laboratórios farmacêuticos que trabalham com remédios antroposóficos conhecidos são a Weleda, a Wala, entre outros. Muitos utilizam os remédios sem saber que são antroposóficos. O pai da antroposofia É Rudolf Steiner. Ele foi o criador da filosofia. Sua obra é profundamente expressiva, e alia ciência à espiritualidade de uma forma que me remete à profunda sabedoria de Jung, pai da Psicologia Junguiana. O tratamento médico destina-se ao fortalecimento do corpo para que possa abrigar o espírito e alma, com foco na saúde, diferente de na doença. Para tanto o universo psíquico do indivíduo também é observado.
Na concepção antroposófica “O homem se nos apresenta, pois, como um ser constituído por quatro membros: corpo físico, corpo vital, alma e EU. Enfocada dessa maneira, a “medida do homem” adquire uma dimensão não imaginável, muito mais ampla que o conceito “homem máquina” da ciência natural. A verdadeira “medida do homem” é um parâmetro universal da criação. O homem, conforme dizia Paracelsus , “é uma condensação da natureza enquanto que a natureza é um homem desdobrado numa infinidade de seres”. Havia nos primórdios uma unidade, mas o caminho evolutivo comum da Terra, da natureza e do homem, levou paulatinamente a separações. Os reinos mineral, vegetal e animal desprenderam-se da união com o ser humano, causando uma polaridade entre eles e o homem. Considerados por esse prisma, todos os objetos da natureza têm, na sua origem relações com o ser humano. Para todo aspecto da organização humana, incrivelmente complexa, existe na natureza uma “contra-imagem”.( Jornal do Centro de Estudos Goethianos – ano 22 nº109)
Conheça a abordagem antroposófica, pesquise, amplie as possibilidades de tornar sua vida cada vez melhor…
*Daniele Vilela Cardoso Leite é Psicóloga, professora de Yôga e colunista do jornal Acontece (Caeté-MG) de 1999 a 2017, quando foi encerrada a circulação da edição impressa.