Daniele Vilela Cardoso Leite

Yoga na Educação

Daniele Vilela Cardoso Leite*

Alunos em sala de aula de corpo presente e mente dispersa, passeando pelos mais variados lugares é algo comum. Segundo ensinamentos milenares yoguicos, a mente deve estar onde estiver o corpo . O Yoga pode acrescentar muito à educação. Da mesma forma que para um braço ficar musculoso é preciso trabalho repetitivo e contínuo, para dominar a mente assim também é. Yoga significa “parada das ondas mentais”, e isso é alcançado através do domínio da mente.
É falado pelos orientais que a mente quer dominar, mas é preciso que seja dominada. Não são os pensamentos que devem comandar, eles devem ser comandados. E esse domínio vem de um trabalho persistente de tentar estar onde se está. Essa consciência quando alcançada por um aluno faz toda a diferença. A maioria nem percebe essa divisão entre corpo e mente. A mente pode dispersar, mas é preciso “buscá-la”. No entanto para isso tem que haver consciência de que ela não está no devido lugar. Por exemplo, o professor explica a matéria, e a mente dispersa. É preciso trazê-la novamente quantas vezes forem necessárias, até que ela vá cedendo e aos poucos torna-se mais disciplinada. Praticar Yoga traz essa consciência.
Aplicar os alunos em técnicas respiratórias, meditativas, de relaxamento e consciência corporal irá refletir diretamente na condição do estudante para o aprendizado. Um indivíduo consciente de seu processo mental irá conseguir concentrar e aprender de forma mais eficiente. Para acalmar as emoções a alcançar uma boa concentração, exercícios respiratórios também são muito indicados. A respiração conecta o fisiológico ao emocional e energético. Tais exercícios atuam nos chakras, no corpo de energia. Trazem o centramento. Muitos professores que não conhecem o Yoga usam intuitivamente suas técnicas, pois quando os alunos estão muito agitados, após o recreio ou em véspera de alguma atividade extra que possa excitar a turma, solicitam que os alunos encontrem uma posição confortável, se acalmem, respirem fundo. Alguns usam músicas relaxantes nesses momentos. Esses recursos tiveram o oriente com berço.
A prática do Yoga deve ser contínua, e as técnicas realizadas em sala de aula também devem ter ritmo e disciplina. É como colocar gasolina no carro. Abastecemos, andamos , gastamos a gasolina. Voltamos ao posto e abastecemos novamente. O Yoga faz esse papel de “abastecimento de energia”. Pratica-se, equilibra o corpo e a mente, harmoniza-se os chakras. Aí é o momento de ir trabalhar, produzir, viver. Gasta-se a energia, que torna-se dispersa. Voltamos então e praticamos, abastecendo novamente e equilibrando os centros de energia. É preciso trabalho constante, até mesmo devido a necessidade de se ter consciência. Todos esses benefícios advindos da prática de Yoga podem ser desfrutados por alunos em sala de aula. Tanto através da prática contínua quanto do uso de técnicas em sala de aula. Mentes mais tranquilas, pessoas harmonizadas, com maior domínio sobre a mente. Eis benefícios importantes e que para um aluno faz toda a diferença….

*Daniele Vilela Cardoso Leite é Psicóloga, professora de Yôga e colunista do jornal Acontece (Caeté-MG) de 1999 a 2017, quando foi encerrada a circulação da edição impressa.